quarta-feira, 11 de março de 2015

Dossiê Daciolo: nova crise no PSOL com deputado religioso

Juro que não é perseguição do blog, mas outro filiado do PSOL anda causando na semana. O Cabo Daciolo, deputado federal eleito pelo Rio de Janeiro com mais de 49 mil votos, discursou na bancada da Câmara em defesa de um projeto polêmico de cunho religioso nesta terça-feira, 10. A proposta causou um movimento entre militância e lideranças pela expulsão do deputado do partido. 
O ex-bombeiro propôs uma Proposta de Emenda à Constituição para alterar seu artigo 1º. Onde lê-se que todo poder emana do povo, o deputado propõe alteração para "todo o poder emana de Deus, que o exerce de forma direta e também por meio do povo e de seus representantes".
A militância do Partido Socialismo e Liberdade está se organizando para pedir a cabeça do deputado, mas não seu mandato. O discurso encabeçado pelo vereador Renato Cinco, e que ecoa no Fora Daciolo, é de que o parlamentar seja expulso do partido, mas permaneça com seu mandato. 
"A permanência do cabo Daciolo no PSOL é uma contradição insolúvel e a Direção Nacional precisa afastar imediatamente o deputado. Entretanto, acho que os eleitores do cabo não podem ser penalizados e ele deve permanecer com o mandato", escreveu o vereador no Facebook, sublinhando que as propostas do deputado Daciolo são "absolutamente contra o programa e a linha política do PSOL".
Eventos e páginas pedindo a expulsão do deputado também se espalham na rede, apesar de ainda serem fracos. A página no Facebook Fora Daciolo, não queremos seu mandato conta com 266 curtidas, enquanto o evento PSOL: QUEREMOS A EXPULSÃO DO CABO DACIOLO!, que marca uma manifestação virtual contra a permanência do parlamentar no partido, conta com mais de 600 confirmações. 

E agora, PSOL?
Enquanto a Executiva Estadual do PSOL-RJ foi mais radical e sugeriu a transferência de partido em post no Facebook, nota oficial do PSOL informa que a bancada do partido na Câmara dos Deputados se reuniu nesta terça-feira e acabou com a "PEC de Deus" proposta pelo deputado, "sem prejuízo de seu debate individual sobre sua crença".

Bolsonaro
Imagem acompanha post da Executiva Estadual do PSOL com duras críticas ao Cabo Daciolo (Reprodução/Facebook)

O post da Executiva Estadual do PSOL ainda lembrou de episódio que constrangeu toda a bancada, quando o Cabo Daciolo tirou uma foto com o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) na mesma semana em que a bancada do partido pedia a cassação do parlamentar por apologia ao estupro.
Em post de dezembro, quando o episódio com Bolsonaro aconteceu, a Executiva Estadual também fez um de seus raros posts no Facebook já fazendo duras críticas ao Cabo Daciolo antes mesmo de o parlamentar ter começado o mandato. "Deputado Daciolo, o PSOL pede a cassação de fascistas, não tira foto com eles", abria o texto oficial no Facebook. 

O Cabo
Liderança que emergiu da greve dos bombeiros de 2012, o Cabo Daciolo não vive só de projetos religioso. Entre suas principais bandeiras, estão a aprovação da PEC 300, que estabelece um piso salarial para policiais e bombeiros em todo o Brasil. 

Partido necessário
As pautas críticas ao PSOL no blog vem justamente da consciência da relevância e admiração ao programa e a quadros do partido. Apesar dos pesares, o blog se posiciona e corrobora a máxima do PSOL: "um partido necessário". E afinal, como não amar o trocadilho "Dossiê Daciolo"? HAHA #zuero,

terça-feira, 10 de março de 2015

PSOL analisa suspensão de filiado gaúcho por declarações homofóbicas

 Isaías Rheinheimer/O Diário da Encosta da Serra
O Partido Socialismo e Liberdade já está apurando o caso do ex-candidato a deputado federal e militante do Psol Luigi Matté. O filiado gaúcho publicou comentários homofóbicos no Facebook sobre o assassinato do jovem Peterson de Oliveira, de 14 anos, por conta da orientações sexual de seus pais. "É pra comunidade gay recuar e parar de querer enfiar goela abaixo direitos que pertencem aos héteros, do contrário, vai virar uma chacina", afirmou Luiggi.
A assessoria de imprensa do PSOL informou que um pedido formal de suspensão do filiado já está em análise pelo Diretório Estadual do PSOL no Rio Grande do Sul.
Em breve, mais informações sobre o caso. Entenda tudo aqui.

Candidato a deputado federal pelo PSOL faz comentário homofóbico sobre assassinato de adolescente: 'vai virar chacina'


Candidato a deputado federal pelo Psol na última eleição, Luigi Matté usou o Facebook para tecer comentários homofóbicos sobre a morte de um adolescente de 14 anos nesta segunda-feira, 9, vítima de agressões por causa da orientação sexual de seus pais.
"É pra comunidade gay recuar e parar de querer enfiar goela abaixo direitos que pertencem aos héteros, do contrário, vai virar uma chacina", escreveu o militante do PSOL.
Apesar de se dizer contra a violência praticada contra o menino espancado e morto, Luigi Matté cobra respeito. Não para os pais do adolescente ou para os casais homoafetivos, mas para a chamada família tradicional.
"Tem que respeitar e, filho (a) é coisa de homem e mulher, pronto, ponto", termina o filiado ao Psol, que conquistou 356 votos nas eleições de 2014 como candidato a deputado federal no Rio Grande do Sul. 
Peterson de Oliveira foi espancado pelos colegas no dia 5 de março, em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, porque era filho de um casal gay. Internado com parada cardiorrespiratória, o jovem morreu de hemorragia cerebral causada pelo espancamento. Entenda o caso.

Resposta
A assessoria de imprensa do Partido Socialismo e Liberdade informou ao blog que já toma providências para suspender o filiado. E enquanto isso, a galera nas redes não deixou barato. A postagem homofóbica já conta com 68 compartilhamentos, em sua maioria criticando a postura do militante, até o fim da tarde desta terça-feira, 10. Muitos internautas já organizam um mutirão de denúncias do perfil do militante ao Facebook. 

Mais polêmicas
O buzz nas redes fez com que o militante gaúcho postasse mais alguns comentários se defendendo da reação dos internautas. Em um deles, Luigi Matté pede que os internautas acessem seu blog. "Sugiro aos alvoroçados que acessem meu blog e depois voltem e peçam desculpas pelas asneiras que comentaram", escreveu em CAPS LOCK. E aí a coisa piorou.
Em postagem do dia 3 de outubro de 2012, o militante escreveu que homens heterossexuais só contraem HIV em sexo oral e sugere que somente relações homossexuais podem transmitir o vírus da AIDS para homens.
"É muito improvável que um heterossexual possa contrair o vírus do HIV", escreveu. "Os homens não contraem o virus do HVI e outras doenças, porque em não havendo canal receptor, não há como e, por conta disto, por mais estranho que possa parecer ou ser dito, o 'homem' que contrai a doença, ou não teve estes cuidados, ou é homossessual não assumido e mantém um casamento, (há muitos casos desta natureza), ou compartilhou o uso de drogas", finaliza o post.
No último post nesta terça-feira em defesa de sua posição homofóbica sobre o assassinato do adolescente de 14 anos, o militante do PSOL ainda sugere que a comunidade gay é a responsável pela violência por questão de gênero. "Aliás, porque eles não dizem que a promiscuidade entre gays é fator de u alto índice de mortes entres eles mesmos por crimes passionais e outros?", disse em postagem no Facebook.

Alô PSOL!

Não satisfeito com os comentários homofóbicos, o militante gaúcho também promove campanha a favor da redução da maioridade penal para 15 anos e mantém posição contrária à legalização do aborto. "Se querem tanto respeito ao que defendem, respeitem o que defendo, se não estão satisfeitos, saiam da minha página", desabafou o militante em outro post.


Reprodução/Facebook

Jean Wyllys
No mesmo dia, o militante Luigi Matté chegou a compartilhar um vídeo do deputado federal Jean Wyllys sobre a reforma política. Conhecido defensor dos direitos humanos e dos direitos LGBTs no Congresso, Jean Wyllys luta por direitos iguais para casais homoafetivos, além de ser contra a redução da maioridade penal.
O que será que Jean achou da postura do colega de partido? A assessoria de imprensa do deputado se pronunciou através de comentário no Facebook, em resposta à eleitores, e disse que as providências pelas expulsão do filiado gaúcho já estão sendo tomadas pelo partido. "Luigi é um filiado como outro qualquer e, quando concorreu às eleições de 2014, em nenhum momento expressou posições contrárias ao Estatuto do PSOL", escreveu a assessoria de comunicação do deputado. 

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