terça-feira, 10 de março de 2015

Candidato a deputado federal pelo PSOL faz comentário homofóbico sobre assassinato de adolescente: 'vai virar chacina'


Candidato a deputado federal pelo Psol na última eleição, Luigi Matté usou o Facebook para tecer comentários homofóbicos sobre a morte de um adolescente de 14 anos nesta segunda-feira, 9, vítima de agressões por causa da orientação sexual de seus pais.
"É pra comunidade gay recuar e parar de querer enfiar goela abaixo direitos que pertencem aos héteros, do contrário, vai virar uma chacina", escreveu o militante do PSOL.
Apesar de se dizer contra a violência praticada contra o menino espancado e morto, Luigi Matté cobra respeito. Não para os pais do adolescente ou para os casais homoafetivos, mas para a chamada família tradicional.
"Tem que respeitar e, filho (a) é coisa de homem e mulher, pronto, ponto", termina o filiado ao Psol, que conquistou 356 votos nas eleições de 2014 como candidato a deputado federal no Rio Grande do Sul. 
Peterson de Oliveira foi espancado pelos colegas no dia 5 de março, em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, porque era filho de um casal gay. Internado com parada cardiorrespiratória, o jovem morreu de hemorragia cerebral causada pelo espancamento. Entenda o caso.

Resposta
A assessoria de imprensa do Partido Socialismo e Liberdade informou ao blog que já toma providências para suspender o filiado. E enquanto isso, a galera nas redes não deixou barato. A postagem homofóbica já conta com 68 compartilhamentos, em sua maioria criticando a postura do militante, até o fim da tarde desta terça-feira, 10. Muitos internautas já organizam um mutirão de denúncias do perfil do militante ao Facebook. 

Mais polêmicas
O buzz nas redes fez com que o militante gaúcho postasse mais alguns comentários se defendendo da reação dos internautas. Em um deles, Luigi Matté pede que os internautas acessem seu blog. "Sugiro aos alvoroçados que acessem meu blog e depois voltem e peçam desculpas pelas asneiras que comentaram", escreveu em CAPS LOCK. E aí a coisa piorou.
Em postagem do dia 3 de outubro de 2012, o militante escreveu que homens heterossexuais só contraem HIV em sexo oral e sugere que somente relações homossexuais podem transmitir o vírus da AIDS para homens.
"É muito improvável que um heterossexual possa contrair o vírus do HIV", escreveu. "Os homens não contraem o virus do HVI e outras doenças, porque em não havendo canal receptor, não há como e, por conta disto, por mais estranho que possa parecer ou ser dito, o 'homem' que contrai a doença, ou não teve estes cuidados, ou é homossessual não assumido e mantém um casamento, (há muitos casos desta natureza), ou compartilhou o uso de drogas", finaliza o post.
No último post nesta terça-feira em defesa de sua posição homofóbica sobre o assassinato do adolescente de 14 anos, o militante do PSOL ainda sugere que a comunidade gay é a responsável pela violência por questão de gênero. "Aliás, porque eles não dizem que a promiscuidade entre gays é fator de u alto índice de mortes entres eles mesmos por crimes passionais e outros?", disse em postagem no Facebook.

Alô PSOL!

Não satisfeito com os comentários homofóbicos, o militante gaúcho também promove campanha a favor da redução da maioridade penal para 15 anos e mantém posição contrária à legalização do aborto. "Se querem tanto respeito ao que defendem, respeitem o que defendo, se não estão satisfeitos, saiam da minha página", desabafou o militante em outro post.


Reprodução/Facebook

Jean Wyllys
No mesmo dia, o militante Luigi Matté chegou a compartilhar um vídeo do deputado federal Jean Wyllys sobre a reforma política. Conhecido defensor dos direitos humanos e dos direitos LGBTs no Congresso, Jean Wyllys luta por direitos iguais para casais homoafetivos, além de ser contra a redução da maioridade penal.
O que será que Jean achou da postura do colega de partido? A assessoria de imprensa do deputado se pronunciou através de comentário no Facebook, em resposta à eleitores, e disse que as providências pelas expulsão do filiado gaúcho já estão sendo tomadas pelo partido. "Luigi é um filiado como outro qualquer e, quando concorreu às eleições de 2014, em nenhum momento expressou posições contrárias ao Estatuto do PSOL", escreveu a assessoria de comunicação do deputado. 

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